O mandato da deputada Fernanda Melchionna e parlamentares da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para pedir a investigação das denúncias de compra de votos de parlamentares por parte do governo Bolsonaro para influenciar na eleição às Presidências da Câmara e do Senado, que acontecem no início de fevereiro.
Segundo uma planilha interna do Ministério do Desenvolvimento Regional obtida e divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, foram R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais.
A oferta de recursos foi feita no gabinete do ministro Luiz Eduardo Ramos. A Secretaria de Governo, que o general comanda, virou o QG das candidaturas dos governistas Arthur Lira (Progressistas-AL), que disputa o comando da Câmara, e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do Senado.
A bancada do PSOL aponta que o esquema pode ser enquadrado como prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de Influência, além de improbidade administrativa.
“Jair Bolsonaro busca eleger seu aliado Arthur Lira como presidente da Câmara para impor uma agenda de ainda mais retrocessos para o Brasil. Para alcançar esse objetivo e facilitar a própria reeleição, está se valendo das práticas mais espúrias”, alerta Sâmia Bomfim, líder da bancada do PSOL na Câmara.
“Trata-se de um mega esquema de compra de votos de deputados que custará ao país cerca de 3 bilhões de reais. Dinheiro que pode definir os rumos de uma eleição decisiva para o país. Por isso, a bancada do PSOL levou o caso para a Procuradoria Geral da República e para o Tribunal de Contas da União para que haja investigação célere”, conclui.
Além de verbas, o governo também tem oferecido cargos a quem aceite votar nos dois nomes do governo, segundo relatos de parlamentares.
Dos 208 deputados que já declararam apoio a Lira, 125 nomes já estão na planilha da Secretaria de Governo. No Senado, dos 33 votos declarados para Pacheco, 22 nomes de senadores aparecem na planilha.