50% da cota de emendas individuais dos parlamentares obrigatoriamente deve ser repassado à área da saúde. O compromisso firmado pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS), na última semana, é de que parte desse valor será destinado à melhoria da saúde pública de Porto Alegre. Será 2 milhões destinado ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS), referência no atendimento de emergência a todo Estado do RS, e 2 milhões para o Hospital Femina, referência no atendimento de mulheres.
No HPS, a deputada acompanhou uma vistoria das frentes municipal e estadual contra as terceirizações na saúde pública lideradas pelas deputadas estaduais Luciana Genro (PSOL) e Sofia Cavedon (PT), além do vereador Roberto Robaina (PSOL), que atestou uma série de problemas estruturais. “O desmonte do HPS vem sendo aprofundado para impor a urgência da terceirização, muitas vezes, a porta para a corrupção e prejudica os mais pobres que dependem da oferta da saúde pública no RS. Confirmarmos hoje a destinação desses recursos a partir de um pedido da Associação de Funcionários do HPS e esperamos que ajude a solucionar parte das emergências de infraestrutura do HPS ”, declarou a parlamentar.
Durante a vistoria os parlamentares atestaram as consequências da terceirização e da falta de pessoal em diversos setores do hospital, o que acarreta sobrecarga dos profissionais além de subaproveitamento de equipamentos. Nos últimos cinco anos 37 leitos foram fechados no HPS por falta de pessoal para o atendimento nestes setores. A terceirização atinge áreas vitais da manutenção, como o setor de ar-condicionado. O contrato encerra no próximo dia 31 de outubro e não previsão de como ficará a limpeza dos dutos, o que pode aumentar o risco de infecções. Na sala de banho na UTI de queimados o teto sofre com infiltrações severas em dias de chuva, tanto que no mês passado um servidor sofreu um acidente de trabalho após escorregar no piso molhado.
Na enfermaria de face, 13 leitos foram fechados por falta de pessoal e os pacientes são direcionados para o atendimento geral, sem um acompanhamento por profissionais específicos que se aposentaram e não foram repostos. Na enfermaria de trauma são 4 funcionários para 26 leitos, quando o recomendado seria pelo menos o dobro de servidores. Isso acarreta doenças do trabalho, levando um aumento no número de licenças de saúde e reduzindo ainda mais o quadro de pessoal. Já a enfermaria com 22 leitos está fechada e desativada há mais de 2 anos por falta de pessoal. Na UTI pediátrica também há carência de profissionais, onde são dois servidores para 8 leitos.
Já no Hospital Femina, a deputada Fernanda conheceu as instalações acompanhada por comitiva de dirigentes do Sindisaude e Associação de Servidores do Grupo Hospitalar Conceição. A diretoria da instituição que detalhou intervenções que serão feitas com os recursos, como o aprimoramento da emergência que atende 6 mil mulheres por mês, vítimas de violência ou para abortos previstos em lei. O detalhamento foi apresentado pelo Diretor-superintendente, André Cecchine, pelo Diretor técnico, Francisco Paz e pela Diretora de internação, Margarete Ribeiro.
“Temos essa prioridade de destinar verbas para hospitais públicos. Há uma demanda grande. Aquí unimos três coisas importantes: a saúde da mulher, o auxílio a um hospital federal e também a atenção a associação de servidores que havia nos demandado esse auxílio ao GHC”, frisou a deputada.