O governo Marchezan completa seus cem primeiros dias apresentando tendências dos próximos dias que virão. Com o discurso da terra arrasada quer justificar a sua paralisia para cumprir suas promessas de campanha. Está preparando o terreno para o “absoluto caos”, que é a política neoliberal de precarização do serviço público e de restrição do povo a estes serviços. O desmonte da assistência social e dos esportes e a maior crise na história da rede municipal de ensino, com a imposição de um calendário que contraria as decisões dos conselhos escolares, foram os primeiros ataques.
A combinação do discurso de caos com as ameaças de parcelamento dos salários dos municipários é a demonstração que o governo não se apóia no funcionalismo para melhorar a gestão. Ao contrário, com a “parceria” com a Comunitas, que com a consultoria Falconi, representa banqueiros, frigoríficos e outros grandes empresários, demonstra que quer avançar em um governo neoliberal que atenda os interesses dos grandes em detrimento do povo.
No debate da necessária redução de cargos em comissão, o Portal Transparência contradiz o discurso do governo. Mais de uma centena dos CCs demitidos foram recontratados, sendo que a maioria foi destinado ao PTB e ao PP.
Até agora a base de Marchezan não apoiou o pedido de CPI do DEP, proposto por Roberto Robaina (PSOL), para investigar os milhões roubados do povo.
O governo propaga como grande vitória a Reforma Administrativa, que criou Supersecretarias e não extinguiu a figura absurda do secretário adjunto. Acabou com pastas emblemáticas como a do Esporte, dos Direitos Humanos e dividiu o licenciamento ambiental da SMAM nas pastas Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade – esta última ainda sem responsável!
A suspensão das plenárias do Orçamento Participativo significa a supressão da pouca participação popular que existia em POA.
Com os primeiros sinais de Marchezan reforçamos o nosso papel como oposição: fiscalizar o Executivo, propor projetos para melhorar a vida do povo e defender a luta dos ativistas da cidade para que o projeto neoliberal não vença a capital da cidadania e do Fórum Social Mundial.