Nessa terça-feira (5), a deputada Fernanda Melchionna, do PSOL/RS, participou de uma reunião junto ao senador Randolfe Rodrigues e o presidente do Sindimetrô-RS, Luís Henrique Chagas, que está em Brasília como parte de uma articulação política nacional contra a privatização do Trensurb e outras operadoras públicas de trem urbano.
No primeiro ano do governo Bolsonaro, a venda da Trensurb foi incluída na lista de estatais que devem ser extintas ou vendidas à iniciativa privada até o final de 2022. “Além de piorar a qualidade do serviço, o ônus da privatização com o aumento da tarifa recairá sobre a população. A privatização não interessa ao povo, e sim aos grandes empresários do transporte privado que lucram com a exploração de um serviço que deve ser público. A privatização do sistema ferroviário na Argentina, por exemplo, foi revista depois de uma série de escândalos e irregularidades na oferta do serviço. O contrato foi rescindido e os donos das empresas acabaram condenados na Justiça. Não vamos permitir que isso aconteça no Brasil”, contou Fernanda.
Em novembro de 2018, a deputada Fernanda protocolou no Tribunal de Contas da União (TCU), ao lado do Sindimetrô-RS, um ofício para barrar o edital do BNDES de contratação de uma empresa privada que iria realizar o estudo para a privatização da Trensurb. O edital acabou suspenso por uma decisão da Justiça Federal motivada por uma ação popular.
Os metroviários estão preocupados com o avanço acelerado dos novos estudos para modelagem da privatização por parte do governo federal. Em dezembro do ano passado, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República, por exemplo, aprovou as condições de privatização da CBTU, operadora de trem urbano em Belo Horizonte. Assim como a Trensurb, a CBTU é uma empresa estatal que tem papel fundamental na prestação de serviços à população.
“Defender o trem público é defender o direito de acesso ao transporte, ao serviço de qualidade prestado à população. Também pelos direitos trabalhistas dos metroviários, acordados por acordo coletivo e que estão sob ameaça. Privatização é a precarização do serviço, tarifa mais cara e demissões”, disse Luiz Henrique Chagas, do Sindimetrô-RS.