A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) esteve em Santa Maria para formalizar o repasse de R$ 1,5 milhão em emendas parlamentares, que visa fortalecer políticas públicas na área da saúde para a cidade. Entre os recursos indicados estão R$ 1 milhão para o Hospital Regional de Santa Maria e R$ 500 mil para o Centro Transcender – Policlínica Rosário, voltado ao acolhimento das demandas de Saúde da população trans e travesti. Durante a visita, Fernanda discursou na sessão da Câmara Municipal e participou de uma reunião junto ao Observatório de Direitos Humanos da UFSM e a Reitoria da instituição.
No Hospital Regional Centro de Santa Maria, a deputada foi recebida pelo diretor executivo Elvis Prestes e acompanhada por Alídio da Luz, vice-presidente do PSOL Santa Maria.
“Os recursos da nossa emenda parlamentar visam auxiliar na aquisição de insumos e equipamentos para manutenção e ampliação do sistema único de saúde do Hospital, que, durante a pandemia, direcionou toda sua capacidade de atendimento e estrutura para o combate à COVID-19, e tem um trabalho inovador ambulatorial para hipertensos e diabéticos. Fico muito honrada de poder contribuir com a instituição, de atendimento 100% SUS, e que atende 33 municípios da região”, afirmou a deputada.
O ambulatório possui um plano de cuidado compartilhado entre o Hospital e postos de atenção primária em saúde (APS), com capacidade de atendimento de 12 especialidades, incluindo exames clínicos e laboratoriais, e de imagens – tudo sob agendamento prévio. Esse modelo já apresentou significativa redução de 70% de casos e redução em 50% de casos de óbitos desde 2018.
Além disso, a deputada destinou R$ 500 mil reais para o Espaço Transcender, primeiro ambulatório para atendimento da população trans na cidade. Na visita, estiveram presentes a secretária adjunta de saúde de Santa Maria, Ana Paula Seerig, o coordenador do Espaço Transcender, César Bridi junto aos militantes do PSOL na cidade, como Alice Carvalho, candidata a vereadora mais votada em 2020 e Alídio Luz, vice-presidente do PSOL.
“Essa experiência inovadora é muito importante ainda mais em uma cidade que tem histórico de violência e discriminação contra pessoas transgêneros e travestis, como em 2019, tivemos o assassinato de Verônica ‘Mãe Loira’, e outras mulheres trans. Garantir o acolhimento, o acesso à saúde e o direito à cidadania a essa população é fundamental em tempos também de retrocessos nas políticas públicas LGBTs”, disse.
Além do atendimento à população trans, o Espaço visa atender também os familiares, com profissionais psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros, e futuramente garantir o processo transsexualizador.
Na última agenda do dia, Fernanda visitou a UFSM e, em encontro com a Reitoria e o Observatório dos Direitos Humanos da Universidade, colocou-se à disposição para fortalecer ações em prol da construção de uma política institucional de igualdade de gênero na Universidade. Estiveram presentes o Reitor Prof. Paulo Afonso Burmann, Vice-Reitor Prof. Luciano Schuch, Vitor Lopes, chefe do Observatório de Direitos da UFSM e Flavi Lisboa, Pró-Reitor de Extensão.
“É muito inovador o projeto do Observatório para construção da Casa Frida Kahlo na UFSM para promoção da igualdade de gênero, ações de enfrentamento e responsabilização de casos de violência de gênero e assistência à população feminina. Queremos ajudar a tornar realidade esse projeto estratégico que pode ser espelho para o Brasil. Além da garantia das necessidades das vítimas de violência e das mulheres mães, é muito importante também incluir as demandas das mulheres camponesas, que desenvolvem o trabalho da economia solidáriana cidade”, finalizou.
Na sexta-feira (24), a deputada também participa de uma plenária do PSOL para pensar ações de pressão pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, e de reuniões com representantes dos docentes e servidores da UFSM, da Casa do Estudante da universidade e dos representantes do fórum municipal que busca dar respostas à epidemia de HIV/Aids localmente.
“Os desafios do nosso tempo, com a crise econômica e social, agravada pela pandemia, e política, com as recorrentes ameaças autoritárias por parte de Bolsonaro, só podem ser enfrentados com auto-organização e luta coletiva. Por isso aqui em Santa Maria fiz questão de reencontrar com movimentos sociais, de juventude e os lutadores da cidade e a militância do meu partido, PSOL. É preciso preparar a batalha necessária para reocupar as ruas novamente no dia 2 de outubro pelo #ForaBolsonaro”, finalizou a deputada.