Superpedido de impeachment foi protocolado nesta quarta (30)
Documento fundamenta 20 denúncias de crimes cometidos por Jair Bolsonaro
O “superpedido”, como está sendo chamado por uma ampla frente de oposição a Jair Bolsonaro, foi protocolado nesta quarta (30), às 15 horas. O documento contém 20 denúncias contra o presidente e foi elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), com assinatura de signatários parlamentares de diferentes campos políticos, entidades representativas da sociedade e personalidades, apresentando todos os crimes cometidos por Bolsonaro desde o início do mandato. Os principais pontos, foram pautados em coletiva de imprensa uma hora após o pedido ser protocolado.
“A unificação dos 122 pedidos de impeachment em um superpedido é fundamental para a queda de Bolsonaro. O que nos une hoje é o enfrentamento a esse governo criminoso e corrupto, que não tinha como prioridade salvar vidas, e sim fazer da vacina um esquemão de corrupção. A demora e a exigência de propina na compra de vacinas, enquanto o Brasil já registrava mais 250 mil óbitos, atestam a política deliberada de genocídio por Bolsonaro”, argumentou a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS).
Melchionna teve acesso a documentos recebidos do Itamaraty que mostram que, desde agosto do ano passado, as autoridades brasileiras foram informadas de que os estudos para o uso de cloroquina tinham sido paralisados por ausência de evidência sobre a eficácia. A parlamentar também teve acesso e, repassou à comissão da CPI da Covid, telegrama que sugere atraso do governo brasileiro para criar condições legais de participar do consórcio internacional para compra de vacinas, o Covax Facility. Esse foi um dos pontos do documento que reuniu também apontamentos como o desrespeito do governo às medidas sanitárias, ausência de medidas eficazes ao combate à pandemia, ameaça às liberdades democráticas com apologia à ditadura e sabotagem das medidas de proteção aos povos quilombolas, com intuito de impedir a disseminação do coronavírus.
Após a coletiva, os participantes se deslocaram até a Alameda dos Estados, em frente ao prédio do Congresso, onde realizaram um ato público. No próximo sábado, 3, estão marcadas novas manifestações públicas em diversos estados contra o governo Bolsonaro. “Não basta apenas a entrega deste superpedido, é hora de aumentar o calor e a pressão das ruas. Por isso, dia 3 de julho, faremos mais uma manifestação nacional. Nenhum governo cai de podre, é preciso derrubá-lo”, defendeu Melchionna.