As deputadas federais do PSOL Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP) enviaram, nesta segunda-feira (24), pedidos de informação ao Ministério da Justiça, à Presidência da República, ao estado do RJ e ao município do Rio de Janeiro questionando o valor total gasto com a operação para garantir a segurança do presidente Bolsonaro na viagem do último domingo (23). Na ocasião, o presidente participou de uma manifestação com motocicletas. As parlamentares averiguam o uso de recursos públicos na atividade.
“Temos fortes suspeitas de que essa viagem foi paga com dinheiro público. Confirmado isso, ingressaremos no judiciário para que Bolsonaro devolva o dinheiro. Não é cabível que um presidente utilize avião da FAB e toda a estrutura de aparelho de Estado para ir numa manifestação protofascista e evidentemente de caráter eleitoral. Que os grupos políticos dele paguem por isso, não o povo brasileiro, que passa fome enquanto passamos das 450 mil mortes por covid”, afirma Fernanda.
De acordo com informações publicadas na imprensa, o custo da viagem pode passar os R$ 500 mil. Nos documentos, as deputadas questionam o valor total dos gastos em segurança, deslocamento, logística e recursos humanos, a quantidade de funcionários alocados na operação, a utilização da ABIN no deslocamento, além dos protocolos de segurança adotados para a prevenção ao covid-19.
As parlamentares também querem saber se houve alguma análise a respeito da violação da legislação municipal do Rio de Janeiro relacionada à pandemia, já que houve aglomeração, e, considerando que não houve compromisso na agenda oficial do presidente, se a mobilização de servidores e estrutura pública para acompanhamento do ato foi solicitada por alguma autoridade federal, estadual ou municipal.
Ao estado e ao município do Rio de Janeiro, as deputadas questionam mais especificamente quais as normas violadas pelos participantes das aglomerações e se houve aviso ao poder público para a realização das mesmas.
Pela lei, os requerimentos apresentados pelas deputadas devem ser obrigatoriamente respondidos pelos governos.