Diante da exposição dos servidores públicos dos Correios aos riscos de contaminação da COVID-19, a deputada Fernanda Melchionna, do PSOL/RS, encaminhou dois requerimentos de informação ao governo Bolsonaro (ao Ministério das Comunicações e ao Ministério da Saúde) cobrando explicações sobre as medidas de proteção tomadas em face da exposição dos trabalhadores dos Correios no contexto da pandemia e também sobre a inclusão desses servidores no plano de imunização contra o coronavírus.
“Considerando o caráter essencial e de risco de contaminação da atividade que exercem, é preciso que o governo garanta mecanismos de segurança sanitária nos ambientes de trabalho, que vão além do fornecimento de álcool gel e máscaras, medidas insuficientes para mitigar os riscos destes trabalhadores. Queremos saber por que esses trabalhadores não foram incluídos como prioritários no programa de imunização contra a COVID-19, e qual a previsão para o início e conclusão da vacinação dos trabalhadores da ECT”, aponta Fernanda.
O documento explica que “ diversos trabalhadores da ECT foram contaminados e ou vieram a óbito, por estarem diretamente expostos, em contato direto com os cidadãos” e que também “a maioria desses trabalhadores dependem do transporte público para deslocar de sua moradia até sua lotação de trabalho e isso pode demorar horas em ambientes lotados de outras pessoas.”
A luta contra a privatização dos Correios é de toda população brasileira
No último dia 20 de abril, quando o Brasil tinha quase 380 mil vidas perdidas pela COVID-19, a Câmara dos Deputados aprovou, com voto contrário de toda bancada do PSOL, a urgência do projeto 591/2021 sobre a privatização dos Correios. Um verdadeiro ataque a uma das principais empresas públicas brasileiras, presente em 100% dos municípios, e com mais de 350 anos. São mais de 100 mil servidores públicos, que seguiram trabalhando na pandemia mesmo com salários arrochados, e que agora estão com seus empregos ameaçados.
A aprovação da urgência do projeto acaba com todas as possibilidades de discussão em comissões e realização de novas audiências públicas na Câmara dos Deputados. O projeto agora está pronto para ser votado a qualquer momento em plenário.
“Estamos vivendo um vendaval ultraliberal. Ao invés de garantir medidas sanitárias e vacinas para salvar vidas, a urgência do governo Bolsonaro é a privatização das nossas principais empresas públicas. Isso é um ataque à nossa soberania nacional. Além disso, sabemos que as principais consequências da privatização são a piora da qualidade e o aumento do custo do serviço para a população. Nosso mandato repudia veementemente esse ataque e conclama todos os brasileiros a se somarem na luta contra a política neoliberal e privatista de Guedes e Bolsonaro”, aponta Fernanda.
Desde que assumiu como ministro, Paulo Guedes, representante do rentismo e do mercado financeiro, deixou nítida sua intenção de vender o patrimônio público brasileiro sob discurso falacioso de que diversas empresas públicas representavam prejuízo para o Estado. Mas a verdade é que os Correios superaram o lucro de R$ 1 bilhão em 2020 e são um braço logístico importantíssimo do Estado para superar desigualdades regionais, sendo utilizado, inclusive, na logística da vacinação.
Nosso mandato está empenhado na defesa da manutenção dos Correios como instituição pública e como instrumento a serviço, não do capital e dos interesses escusos de determinados grupos, mas a serviço da classe trabalhadora e da população brasileira.