Em plena crise pandêmica no país, o Brasil assiste perplexo as denúncias de interferência política do Presidente da República e seus aliados em investigações em curso conduzidas pela Polícia Federal. Jair Bolsonaro atuou para obter acesso indevido a informações sigilosas e obstruir e embaraçar inquéritos, que, entre outros, apontam para a participação do vereador Carlos Bolsonaro, filho do Presidente, em um esquema de ataques virtuais contra autoridades e propagação de fake news.
“Zambelli assumiu em rede nacional na CNN que solicitava informações a Moro sobre investigações a respeito de autoridades. É inadmissível que isso seja tratado com naturalidade. É um crime que uma autoridade de outro poder use sua relação no Executivo para obter informações privilegiadas. Isso se soma ao fato de que tentou interferir na escolha do diretor da Polícia Federal barganhando uma vaga no STF. É corrupção da mais nojenta e não vamos aceitar”, afirma Fernanda.
A Deputada bolsonarista Carla Zambelli é mais uma peça na engrenagem que tem por objetivo blindar o Presidente da República e seus aliados diante das investigações da PF.
O então Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, exibiu mensagens que trocou por WhatsApp com Zambelli. A Deputada afirmou: “Vamos marcar com o presidente no Alvorada. A gente conversa e ele lhe garante a vaga no STF este ano”. A própria Deputada também exibiu mensagens que trocou com o então Ministro da Justiça, confirmando que participava ativamente das negociações para evitar as investigações contra o clã Bolsonaro, através no aparelhamento e controle político da Polícia Federal.
Fica claro que a Deputada tentou negociar uma vaga no Supremo Tribunal Federal em troca da brindagem ao Presidente da República e seus filhos.
Além de tipos penais, na condição de Deputada Federal, Carla Zambelli praticou conduta incompatível ou atentatória ao decoro, abusando das prerrogativas constitucionais e violando o Código de Ética e Decoro, que assegura que o Parlamentar deve promover a defesa do interesse público; respeitar e cumprir a Constituição Federal, as leis e as normas internas da Casa e do Congresso Nacional; e zelar pelo prestígio, aprimoramento e valorização das instituições democráticas e representativas e pelas prerrogativas do Poder Legislativo.
Fica claro, portanto, que a Deputada feriu a dignidade do cargo, em uma conduta incompatível com o decoro parlamentar punível com a perda do mandato. O pedido será apresentado amanhã à Corregedoria da Câmara dos Deputados. A Câmara dos Deputados deve dar uma resposta contra a verdadeira organização criminosa que busca intervir na Polícia Federal para beneficiar o Presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.