Luta contra censura marca instalação da Frente Parlamentar Mista do Livro, da Leitura e da Escrita

Em Porto Alegre, o lançamento da Frente será realizado dia 4 de novembro durante a 65ª Feira do Livro Sob gritos de ‘censura nunca mais’, foi instalada nesta terça-feira (10) a Frente Parlamentar Mista do Livro, da Leitura e da Escrita na Câmara dos Deputados com mais de 150 presentes, entre parlamentares, movimentos sociais e […]

11 set 2019, 20:03 Tempo de leitura: 2 minutos, 27 segundos
Luta contra censura marca instalação da Frente Parlamentar Mista do Livro, da Leitura e da Escrita

Em Porto Alegre, o lançamento da Frente será realizado dia 4 de novembro durante a 65ª Feira do Livro

Sob gritos de ‘censura nunca mais’, foi instalada nesta terça-feira (10) a Frente Parlamentar Mista do Livro, da Leitura e da Escrita na Câmara dos Deputados com mais de 150 presentes, entre parlamentares, movimentos sociais e entidades nacionais em defesa do livro, da leitura e das bibliotecas públicas. A iniciativa foi proposta pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e pelo senador Jean Paul Prates (PT/RN) e contou com o apoio de mais de 200 parlamentares do Congresso Nacional. 

Assine o manifesto “Censura Nunca Mais”

https://www.facebook.com/fernandapsol/videos/381592839185136/?t=1

Ainda que objetivo fundamental da Frente seja propor, acompanhar e cobrar a implantação de leis já existentes que visam o fomento da leitura, a democratização do acesso à informação, a valorização dos profissionais bibliotecários e das bibliotecas públicas, escolares e comunitárias, a censura imposta a um cartoon com temática LGBT na Bienal do Rio de Janeiro na última semana pautou os pronunciamentos neste primeiro dia de trabalho. 

Presidente da Frente Parlamentar, a deputada Fernanda reafirmou seu compromisso na luta contra a ameaça à liberdade de expressão e pelo respeito à diversidade e à pluralidade na literatura e nas artes no país. “Vivemos um tempo histórico em que a censura ameaça voltar. Não é um raio em céu azul”. Ela ainda frisou que a tentativa de cercear a liberdade de expressão vem se repetindo sistematicamente, com o recolhimento de livros didáticos pelo governo paulista e encerramento de uma exposição de charges críticas à Bolsonaro em Porto Alegre. “Este é um projeto autoritário que sabe que precisa acabar com pensamento crítico, precisa atacar a arte, a literatura e fazer como em outros momentos: queimar livros”.

Ainda na abertura foi realizada a leitura do Manifesto em defesa da liberdade de expressão nas artes, na escrita e na leitura e contra a censura, em que parlamentares repudiaram oficialmente os fatos recentes. “É mais um movimento no sentido de tornar o Brasil refém de um pensamento político difuso, reacionário, ultrapassado”, diz um trecho do documento.

Como a primeira bibliotecária Deputada Federal, Fernanda lamentou a estatística de que quase metade da população se considera não-leitora. “A desigualdade social se reflete no nosso país na desigualdade informacional, na dificuldade de acesso à informação, ao livro, à educação às bibliotecas. Nós precisamos reverter esse quadro. Para o melhor exercício da cidadania, a luta pela democratização do acesso aos livros é fundamental, afinal eles abrem as portas para o mundo”. A parlamentar se comprometeu em defender o Plano Nacional do Livro e da Leitura e o Plano Nacional das Bibliotecas Escolares e lutar por recursos para ajudar na implementação dessas leis e das bibliotecas públicas, feiras, atividades que fomentam o livro e a leitura.