Uma série de falácias estão sendo levantadas pela equipe econômica do governo Bolsonaro na tentativa de convencer a população de que a contrarreforma da previdência será chave para fazer o país voltar a crescer . Para nós, as mudanças servirão apenas para engordar o bolso dos bancos e penalizar ainda mais o povo:
ELES: ‘A Reforma da Previdência é necessária para que o Brasil não entre em colapso em 3 anos’.
NÓS: Porque não acabar com os privilégios no andar de cima? Por que são os trabalhadores que sempre tem que pagar a conta? Enquanto Bolsonaro propõe que o brasileiro trabalhe por mais tempo para se aposentar, a reforma da Previdência Social ignora os R$ 426 bilhões (de contribuições previdenciárias de empresas ativas) que não são repassados pelas empresas ao INSS. O valor da dívida equivale a três vezes o chamado déficit da Previdência. 3% dessas empresas respondem por mais de 63% da dívida previdenciária. Quem são os maiores devedores? Bradesco, Caixa Econômica Federal), Marfrig, JBS (dona de marcas como Friboi e Swift) e Vale. Não é à toa que o mercado financeiro está otimista com a aprovação dessa contrarreforma.
ELES: ‘O Brasil tem direitos em excesso. Não adianta você ter direitos e não ter emprego.’
NÓS: Bolsonaro quer extinguir a Justiça do Trabalho transferindo para a Justiça comum as ações trabalhistas sob a falácia de que a proteção aos direitos do trabalhador é o que impede o Brasil de crescer. O que não adianta é criar empregos precarizados e tornar os trabalhadores escravos. Em 2016, os cinco maiores bancos do país (BB, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander) já respondiam a cerca de 130 mil processos trabalhistas. Não serão eles os maiores beneficiados?
ELES: ‘A real ideia da Reforma da Previdência é aos poucos transformar o atual regime de repartição para o de capitalização. É aquela cuja contribuição é definida e o benefício é indefinido. O trabalhador paga todo mês um valor exato mas não sabe quanto terá na conta ao se aposentar. ‘
NÓS: Esse modelo não deu certo no Chile. Na prática cria-se um mercado de poupança obrigatória e individual em que os trabalhadores passam a ser consumidores de uma indústria de serviços financeiros oferecidos por administradoras de fundos de pensão ligadas a grupos financeiros nacionais e internacionais. Hoje 79% das pensões estão abaixo do salário mínimo e 44% abaixo da linha da pobreza. Muitos políticos no Chile se elegeram sendo financiados por essas empresas administradoras, e, em 2017, houve índice recorde de suicídios com idosos maior de 80 anos.