Mais de 800 trabalhadores caminharam, em protesto, até o Paço Municipal reivindicando reajuste salarial e denunciando a intransigência da gestão Marchezan
Trabalhadores da saúde ligados ao Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) de Porto Alegre – responsável pela atenção básica nos postos da saúde da cidade – paralisaram suas atividades hoje para reivindicar reajuste de seus salários e melhorias nas condições de trabalho. A categoria, formada por agentes de combate às endemias, agentes comunitários, técnicos de enfermagem, enfermeiros, trabalhadores de nível médio e técnico dos posto de saúde da capital, está há quase 3 anos sem reposição salarial e são submetidos a um cotidiano de trabalho precarizado em um cenário de desmonte da atenção primária em saúde em Porto Alegre. Eles denunciam também que estão sob risco de perder 10% de gratificação do salário-base.
Os profissionais, que são representados pelo Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde (Sindisaúde) e Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), apontaram também a falta de abertura de diálogo da Prefeitura para negociar as pautas da categoria. O Imesf é uma empresa pública de direito privado ligado à Prefeitura, cujo presidente é o Secretário da Saúde, Erno Harzheim.
“Na prática nós fomos obrigados a fazer essa paralisação para que o governo municipal nos escute, pois até o momento só vimos a intransigência da Prefeitura. Nós somos responsáveis pela atenção básica nos postos de saúde de diversos bairros da capital, que é o início de tudo. Atendemos cerca de 60% da demanda da população mesmo sob péssimas condições de trabalho, falta de profissionais e de medicamentos básicos. Reivindicamos também aumento da capacidade de atendimento e autonomia na gestão do Imesf”, disse Arlindo Ritter, presidente do Sindisaúde.
A vereadora Fernanda Melchionna participou, ao lado dos trabalhadores, da caminhada da categoria até o Paço Municipal, prestando seu apoio e solidariedade aos municipários. “A valorização da saúde pública e nesse caso da atenção primária, passa pela garantia de direitos e de condições dignas de trabalho para esses profissionais. Precisamos defender a qualidade da prestação desse serviço público, que é focado na prevenção e promoção da saúde na capital, pois isso significa, na prática, emergências e hospitais menos superlotados. A intransigência da gestão Marchezan, que é uma marca desse governo, levou a categoria às ruas na tentativa de pressionar a abertura de diálogo. Estamos juntos nessa luta!” disse Fernanda.
Os servidores não foram recebidos pela Prefeitura. Na próxima terça-feira, 24 de junho, os trabalhadores realizarão nova assembleia na Igreja Pompéia, às 18h para definir os rumos da mobilização e luta da categoria.