Diante da restrição de novas matrículas na EJA, vereadores visitam escolas municipais da Lomba do Pinheiro

Vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) denuncia a política neoliberal de Marchezan que poderá contribuir com o aumento da evasão escolar, da violência e da criminalidade nas comunidades Na manhã desta segunda-feira (24), a vereadora e líder da Oposição na Câmara Municipal, Fernanda Melchionna, visitou, ao lado do também vereador Prof. Alex Fraga, ambos do PSOL, as […]

24 jul 2017, 13:23 Tempo de leitura: 4 minutos, 9 segundos

Vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) denuncia a política neoliberal de Marchezan que poderá contribuir com o aumento da evasão escolar, da violência e da criminalidade nas comunidades

Na manhã desta segunda-feira (24), a vereadora e líder da Oposição na Câmara Municipal, Fernanda Melchionna, visitou, ao lado do também vereador Prof. Alex Fraga, ambos do PSOL, as Escolas Municipais de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos e Saint Hilaire, no bairro Lomba do Pinheiro, que tiveram as novas matrículas do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) suspensas na última semana.

     No encontro dos vereadores na EMEF Heitor Villa Lobos, a vice-diretora, Andrea Brusch, o coordenador do EJA, Vitor Ribeiro, as professoras e as mães conselheiras escolares mostraram-se muito preocupados com a situação e reivindicaram a importância do EJA para a comunidade local. “Nós temos uma capacidade de absorção muito grande de estudantes através do EJA, que tem claramente um perfil mais inclusivo que a escola regular. Nós trabalhamos com muitos alunos infrequentes, que são aqueles que deixaram de estudar por motivos familiares ou de trabalho, mas que acabam, em algum momento da vida, querendo voltar a estudar. A evasão de estudantes hoje está implícita nessas taxas de infrequência, pois essas geram reprovação. Sem o EJA vai aumentar o número de jovens e adultos envolvidos com o tráfico e com o crime organizado – o que atesta a importância do programa para toda a sociedade e também na correção de uma dívida histórica fruto da desigualdade social”, afirmou Ribeiro. “Nós fazemos muitas buscas dentro do bairro para incentivar as pessoas da comunidade a voltar a estudar e por isso hoje cerca de 800 estudantes são atendidos pela EJA somente na Lomba do Pinheiro”, conta também a diretora. 

     “Diante da pressão da comunidade escolar, Marchezan mudou o discurso e propôs a centralização das novas matrículas no Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire. No entanto, é preciso garantir tanto as matrículas quanto as aulas nos bairros em que moram os jovens e adultos. Estamos visitando diferentes escolas para ouvir a comunidade escolar e organizar a luta na sociedade e dentro da Câmara de Vereadores em defesa da permanência da EJA nas 33 escolas da rede que hoje ofertam esta modalidade” exclama Fernanda. 
De acordo com o diretor da EMEF Saint Hilaire, Angelo Barbosa, a Secretaria de Educação não enviou nenhum comunicado oficial em relação à suspensão de novas matrículas e por isso a escola segue realizando as matrículas de forma presencial. A escola atende em torno de 150 estudantes na EJA.
“Se a Prefeitura suspender as novas vagas da EJA nessas duas escolas municipais, os estudantes serão duramente atingidos uma vez que não há escola estadual na Lomba do Pinheiro – um dos bairros mais populosos de Porto Alegre. Na prática, com a suspensão das novas matrículas (ou mesmo com a centralização das novas matrículas), o objetivo da Prefeitura é restringir a procura e desmontar a EJA”, afirma Fernanda.

     O diretor da escola conta que o perfil de quem se inscreve na EJA é o do estudante/trabalhador. “Por isso muitos não terão tempo de realizar a matrícula no centro da cidade. Além disso, a EJA nas escolas municipais é uma política estratégica, pois quando um estudante se forma, ele serve de exemplo para o vizinho, familiar, ou amigo que deixou de estudar e que muitas vezes se sente motivado a voltar à escola”, afirma o diretor. Em 2016, 40 estudantes se formaram no EJA noturno na EMEF Saint Hilaire. O vereador Prof. Alex Fraga também apontou que “o Estatuto da Criança e do Adolescente garante que as crianças de 15 a 18 anos tenham a garantia da realização de matrículas nas escolas perto de suas casas”.

     Os vereadores encaminharão uma Audiência Pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CECE) da Câmara Municipal para debater o tema junto aos demais vereadores, à comunidade escolar e à sociedade e entrarão em contato com o Ministério Público para realizar as medidas cabíveis visando assegurar aos jovens menores de idade o acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Na próxima quarta-feira (26), a vereadora Fernanda Melchionna, o Prof. Alex Fraga e o vereador André Carus irão visitar outras escolas municipais, como a Escola Ildo Meneghetti (Santa Rosa/Rubem Berta), Escola José Mariano Beck (Bom Jesus) e a Escola Pessoa de Brum (Restinga). Fotos: Paola Rodrigues
Reunião Saint Hilaire: Angelo Barbosa (diretor), Ver. Prof. Alex Fraga, Fernanda Melchionna, Schirley Techera (secretária) e Cinara Bertrol (vice-diretora) – esquerda para a direitaReunião Villa Lobos: professoras e mães, Andrea Brusch (vice-diretora), Vitor Ribeiro (coordenador do EJA), Ver. Fernanda Melchionna, Tássia Lopes, Ver. Alex Fraga.