O livro e a leitura como armas para enfrentar a autoverdade

O dia 23 de abril marca o dia mundial do livro, momento em que é preciso repensar a baixa prioridade que o nosso país vem dando às políticas públicas de valorização e incentivo ao livro e à democratização de acesso à leitura. Ainda mais em um Brasil em que o atual governo trata a produção de conhecimento como inimiga, corta verbas da educação e da cultura e propaga a desinformação, apoiando-se na criação de uma auto-verdade.

23 abr 2019, 12:20 Tempo de leitura: 1 minuto, 50 segundos
O livro e a leitura como armas para enfrentar a autoverdade

Fonte:

O dia 23 de abril marca o dia mundial do livro, momento em que é preciso repensar a baixa prioridade que o nosso país vem dando às políticas públicas de valorização e incentivo ao livro e à democratização de acesso à leitura. Ainda mais em um Brasil em que o atual governo trata a produção de conhecimento como inimiga, corta verbas da educação e da cultura e propaga a desinformação, apoiando-se na criação de uma auto-verdade.

Diante desse cenário, é preciso envolver todos os atores sociais e entidades da luta do livro e da leitura para ampliar o acesso à informação, visando contornar os índices tão rasos de alfabetização e leitura da sociedade. Dados do IBGE de 2018 apontam que temos um país com 38 milhões de brasileiros ainda analfabetos funcionais e, segundo o Instituto Pró-Livro, 44% da população se declara não-leitora. É urgente garantir que as escolas sejam centros de formação de leitores culturais e científicos por excelência e que nossas bibliotecas escolares tenham infraestrutura e profissionais concursados e qualificados para exercer seu trabalho.

Para pensar soluções e tirar da invisibilidade esta luta secular, nosso mandato propôs a construção de uma Frente Parlamentar de Incentivo ao Livro e à Leitura na Câmara dos Deputados. O lançamento está marcado para 13 de junho e conta com apoio de 198 parlamentares. Nossa prioridade será pressionar pela implementação do Plano Nacional do Livro e da Leitura e analisar as centenas de leis que tratam do tema, ainda não regulamentadas. Seguiremos também lutando pela implementação da Lei 12.244/2010, que obriga a instalação de bibliotecas em todas escolas até 2020.

O livro é nossa arma do futuro e nossas bibliotecas são nossos espaços de resistência. Lutar por um Brasil mais leitor, com a valorização e investimento dos equipamentos de leitura, é fazer frente ao fortalecimento de uma ideia autoritária de educação e de sociedade.Do contrário, estaremos sob risco de seguir construindo uma nação que perca o referencial da verdade em tempos de fake news.

Artigo originalmente publico no Diário de Canoas – região metropolitana de Porto Alegre