Eleições Municipais 2020: o futuro pede coragem!

As eleições municipais de 2020 acontecem em meio a um cenário bastante atípico. É a primeira eleição realizada após a eleição de Bolsonaro e, inevitavelmente, assume um caráter plebiscitário quanto à política do governo da extrema direita. Também acontece em meio à pandemia da Covid-19, sendo também crucial na definição de qual vai ser a […]

3 nov 2020, 14:15 Tempo de leitura: 3 minutos, 27 segundos
Eleições Municipais 2020: o futuro pede coragem!

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As eleições municipais de 2020 acontecem em meio a um cenário bastante atípico. É a primeira eleição realizada após a eleição de Bolsonaro e, inevitavelmente, assume um caráter plebiscitário quanto à política do governo da extrema direita. Também acontece em meio à pandemia da Covid-19, sendo também crucial na definição de qual vai ser a política dos governos municipais frente às desigualdades estruturais de nosso país que a pandemia aprofundou, trazendo ainda mais desemprego e miséria ao nosso povo. Consequentemente, as eleições também são um balanço das políticas que os prefeitos tiveram até agora no combate à doença e à deterioração das condições econômicas. 

Os candidatos diretamente apoiados por Bolsonaro estão diminuindo visivelmente nas intenções de votos. É o caso de Russomano em São Paulo e Crivela no Rio de Janeiro. É parte de uma luta histórica a derrota deste projeto. A ditadura do capital com restrição às liberdades democráticas, caminho apontado pelo governo da extrema direita, precisa voltar ao lugar de onde jamais deveria ter saído: a lata de lixo da história.

Minha atuação como deputada federal e líder da bancada do PSOL é marcada por este combate. Frente à tragédia da pandemia, lutamos pelo auxílio emergencial de R$ 600 e derrotamos Bolsonaro e Guedes que queriam pagar apenas R$ 200. Uma emenda de minha autoria garantiu o duplo benefício de R$ 1.200 para as mulheres chefes de família. Aprovei por unanimidade um projeto de indenização às famílias dos profissionais da saúde incapacitados ou vitimados pela Covid-19. Bolsonaro vetou.

Por essas e outras que tenho dito que tirar este genocida que ocupa a cadeira presidencial é uma medida sanitária. Coletamos mais de 1 milhão de assinaturas para a peça de impeachment que apresentamos à Câmara dos Deputados e seguimos na luta para que seja colocada em votação. Infelizmente no andar de cima eles se acertam para esfolar os direitos do povo e, como parte do acordão, Rodrigo Maia segue sentado em cima do pedido.

Mas novos ventos estão soprando nas Américas. A derrota do golpe na Bolívia, articulado pela extrema direita daquele país em conluio com Trump e Bolsonaro é parte disso. A vitória do povo chileno que aprovou uma Assembleia Constituinte para, de uma vez por todas, sepultar a Constituição feita pelo ditador Augusto Pinochet também. O sopro da luta antirracista e o nascimento do novo socialismo nos EUA, abre caminho para a derrota eleitoral do chefe de Bolsonaro nas eleições norte-americanas.

Nessas eleições municipais precisamos trazer estes ventos para o Brasil. Por conta de minha trajetória política, o PSOL de Porto Alegre me indicou para encabeçar esta batalha este ano ao lado de Márcio Chagas na coligação Porto Alegre Pede Coragem (PSOL-PCB-UP). Infelizmente as candidaturas da centro-esquerda não têm colocado esta tarefa histórica como eixo de suas campanhas, resignando-se à tentativa de despolitização das eleições que as elites brasileiras desejam. As grandes emissoras de TV resolveram não fazer debate e os candidatos em suas campanhas tentam se mostrar como os melhores síndicos da crise, sem explicar a gravidade dela à população e, pior, sem preparar a luta dura que teremos pela frente.

Nossa candidatura à prefeitura de Porto Alegre representa uma esquerda que não teme dizer seu nome. Não vendemos ilusões. O ano de 2021 será um ano difícil. Se a população não estiver mobilizada e organizada para derrotar os planos dos de cima, podemos perder muito mais. Um governo de esquerda deve servir para derrotar a extrema-direita e governar de baixo pra cima, com os trabalhadores, com as mulheres, com a negritude, as LGBTI+ e todos aqueles que lutam diariamente contra a exploração e as opressões. No primeiro turno dessas eleições, temos que votar com convicção. Fortalecer uma esquerda valendo e fomentar a auto-organização popular para construir um novo futuro. Este é o verdadeiro voto útil.